Comemoração do Dia da Arma
de Comunicações.

A Diretoria
da LABRE-RO participou das comemorações alusivas ao Dia da Arma de
Comunicações, no dia 05 de maio, ocasião em que se rememora a insigne
trajetória de vida de seu patrono, o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
O Marechal
Rondon nasceu na cidade de Mimoso (MT), no ano de 1865. Descendente de três
povos indígenas, realizou sua educação básica em Cuiabá (MT). Mudou-se para o
Rio de Janeiro no ano de 1881, ingressando nas fileiras do Exército no 3º
Regimento de Artilharia a Cavalo, posteriormente, ingressou na Escola Militar
da Praia Vermelha, sendo promovido a alferes em 1888.
Esse ilustre
chefe militar dedicou sua vida inteiramente ao serviço da Pátria, principalmente
em duas causas mestras: a conexão das mais distantes regiões da fronteira e do
sertão brasileiros aos principais centros urbanos, a pedido do Marechal Manuel
Deodoro da Fonseca, o que viabilizou o desenvolvimento da economia e da
infraestrutura das regiões mais inóspitas de nosso território; bem como da
proteção dos povos indígenas, contribuindo significativamente para sua
integração à nação brasileira. Além de seus feitos notáveis, os atributos da
personalidade do Marechal Rondon, tais como dedicação à Pátria, abnegação,
justiça e coragem, o tornaram digno do título de Patrono da Arma de
Comunicações do Exército Brasileiro.
Em meio às
adversidades e às características desafiadoras do terreno, o Marechal Rondon e
sua equipe, frequentemente assolados pela fome e enfraquecidos pela malária,
lograram êxito em desbravar o território, que hoje corresponde ao estado de
Rondônia, estabelecendo relações cordiais com os habitantes nativos. Rondon
liderou expedições que percorreram mais de cinquenta mil quilômetros de densa
floresta tropical e lançou mais de dois mil quilômetros de linhas telegráficas
na região Norte do País, até então pouco explorada e cartografada. Seu lema
“morrer se preciso for, matar nunca” tornou-se célebre em virtude de seu humanismo,
o que contribuiu para que ele fosse indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em 1957,
por quinze países.
Para consumar
sua nobre missão, a Companhia de Transmissões contou com a contribuição de 10
oficiais e 212 praças, além dos equipamentos providos pela 1ª Divisão de
Infantaria Expedicionária: 730 telefones de campanha, 600 rádios, 55
criptógrafos e 4 teletipos. Por meio do lançamento de linhas telefônicas e o
estabelecimento de enlaces via rádio, a Companhia espelhou-se nos feitos de
Rondon e mostrou o valor da tropa brasileira que combatia no velho continente.
A criação da
Arma de Comunicações do Exército Brasileiro é relativamente recente. Foi
instituída após a Segunda Grande Guerra, com a promulgação da Lei Nº 2851, de
25 de agosto de 1956. A partir desse marco legal, a Arma de Comunicações passou
a assumir as responsabilidades inerentes às telecomunicações que,
anteriormente, eram exercidas pela Arma de Engenharia.
A Arma de
Comunicações tem a missão de instalar, explorar, manter e proteger os sistemas
de Comunicações dos diversos escalões, estabelecendo as ligações necessárias,
em tempos de paz e nos complexos cenários dos conflitos armados de alta
intensidade. Além disso, atua no controle do espectro eletromagnético e no
ambiente cibernético, por meio das atividades da Guerra Eletrônica (GE) e da
Guerra Cibernética, que visam impedir, dificultar e obter informações das
comunicações inimigas.
A integração
das Comunicações com as outras Armas, Quadros e Serviços enfrenta desafios,
como a interoperabilidade entre os sistemas de tiro da Artilharia, a
coordenação das diversas frentes de apoio da Engenharia de Combate, a garantia
da sincronia das ações descentralizadas da “Arma Ligeira”, o estabelecimento do
Comando e Controle junto às tropas de Infantaria e o trâmite correto das
informações sobre as demandas Logísticas. Os Sistemas de Comunicações sempre
foram fator decisivo no campo de batalha para garantir o melhor processo
decisório em todos os níveis de comando e, por essa razão, a Arma de
Comunicações é conhecida como a “Arma do Comando”.
As
Comunicações também estão presentes nas Operações de Garantia da Lei e da Ordem
e demais Operações de Cooperação e Coordenação com Agências. Seu emprego
permite a ligação das tropas empregadas com os demais elementos de outras
Forças Singulares, Auxiliares e Civis. Ademais, as informações são
centralizadas nos Centros de Operações para favorecer a consciência situacional
do Comandante Operacional.
Assim, neste
dia em que se comemora a criação da Arma de Comunicações, temos o orgulho de
relembrar os feitos de nosso patrono, o Marechal Rondon, cuja saga nos mais
diversos rincões do País, em épocas com parcos recursos tecnológicos, caminhou
lado a lado com o seu ideal de integrar todo o território brasileiro.
Fonte: https://eb.mil.br/web/central-de-conteudos/w/dia-da-arma-de-comunicacoes-1