RADIOAMADORISMO UM HOBBY NA UTI
Amigo Radioamador, o assunto que vamos abordar neste editorial, é de suma importância para nós verdadeiros radioamadores. Infelizmente o nosso hobby esta caminhando a passos largos para seu extermínio. É verdade, o fiel da balança só esta pesando para um lado, hoje a grande maioria dos radioamadores pertencem a classe C, a classe B, que é o carro chefe do radioamadorismo esta agonizando e para que isso não ocorra, acredito que a única saída real é tentarmos mudar as normas e regulamentos que o norteiam. Quando ingressei no radioamadorismo na década de setenta, a maioria das transmissões eram feitas em AM, praticamente na banda dos 40 metros, não havia transceptor e eram poucos os transmissores que tinham SSB, e não se conhecia o radio de VHF. A nossa estação por exemplo era composta por um radio transmissor caseiro, com bobinas para as bandas dos 80, 40 e 20 metros e um receptor italiano, peças complexas do tamanho de um frigobar atual. Veio a época do transistor, do micro processador, passou a existir o transceptor, o telefone sem fio, a televisão via satélite, veio a globalização das comunicações, surgiram as repetidoras de VHF, o hand-tock, apareceu o auto-petch o precursor do celular, os aparelhos com controle remoto e no inicio da década de noventa surgiu a revolução da eletrônica com a popularização do computador, surgindo essas novidades que hoje em dia estamos acostumado a usar: o radio de HF, VHF e UHF em um só aparelho, o celular, a TV de LCD, MP3, MP4, CD, DVD, transmissões com áudio e vídeo, etc. etc. Na década de setenta, no Brasil só existia telefone fixo e em algumas capitais. Os radioamadores de então eram figuras importantes para as comunicações, sendo considerado pelo governo federal, força de reserva do nosso exercito. Nessa época, a administração e coordenação dos exames de admissão para o radioamadorismo já era feito pelo Ministério das Comunicações, através do DENTEL, que veio a ser sucedido pela atual ANATEL. Em 1970, existiam 03 classes de radioamadores tal como hoje em dia A, B e C e o acesso e as promoções de classes eram tal e qual as hoje existentes: Classe C – provas de Legislação, Técnica e ética Operacional; Classe B - provas de Legislação, Técnica, ética Operacional, radioeletricidades, recepção e transmissão de CW; Classe A - provas de Legislação, Técnica, ética Operacional, radioeletricidades, recepção e transmissão de CW.
Minto, para nossa classe mais importante que é a classe A, que permiti o radioamador operar e utilizar em todas as bandas e espectros, houve uma grande mudança, hoje a promoção para a Classe A, ficou restrita apenas a uma prova de radioeletricidade. É verdade. De 1970 para 2011, passados mais de 40 anos, mudou muita coisa no mundo, principalmente no universo das comunicações, só não mudou nada com respeito ao ingresso e promoções no radioamadorismo. No biênio 2010/2011, a LABRE.CE inscreveu para exames junto a ANATEL em números redondos 800 candidatos. Deste total 780 fizeram exame para classe C, e somente 20 pleitearam o acesso a classe B. Por que? Resposta na ponta da língua. A difícil aprendizagem do CW. Fazendo uma pesquisa na faixa de VHF, que abriga a maioria dos radioamadores da atualidade, quase todos classe C, constatamos que seu desejo maior é passar a operar em HF na banda dos 40 metros, é isso mesmo, a faixa com que sonha o futuro radioamador e o radioamador classe C é a dos 7.000 kHz, ou seja a banda de 40 metros. A linguagem telegráfica é de suma importância para a comunicação universal haja vista que a utilização do código Q através do sinais do CW permiti a comunicação entre todas as línguas. Hoje em dia, para melhor explicar, são poucos os radioamadores, principalmente do Brasil, que operam em CW, não sabendo eles o que estão perdendo. Por isso que é importante, que aqueles autênticos radioamadores, conservem sempre a tinta fresca do cwdablismo no radioamadorismo. Portanto, colegas mais idosos, chamados pelo Sidnei “cachorros velhos” lembrem-se de que radioamadorismo de verdade é aquele em que você fica fuçando as freqüências e não se incomoda, ao ouvir sinais baixinhos, colando o ouvido nos alto-falantes ou fones de ouvidos, contanto que continue firme caçando as “figurinhas”!. O CW é lindo, mais também é apenas uma importante modalidade de transmissão que pode ser feita pelo computador com também são as transmissões de radio pacote, SSTV, EQSO, ECHOLINK e várias outras modalidades de transmissões digitais Já que não está existindo candidatos para a classe B, porque continuamos com a mesma sistemática vigente do século passado. Porque não evoluímos e excluímos a prova de recepção e transmissão de CW como acesso ao radioamador classe B e restringimos essas provas de recepção e transmissão de CW somente para a classe A. Os dirigentes da ANATEL são a favor dessa mudança, tenho certeza, haja vista que nós não estamos extinguindo nada e creio só alguns radioamadores da intitulada velha guarda e alguns praticantes do radio competitivo ou seja operadores de DX, são contra essas mudanças. O Radioamador brasileiro nunca em tempo algum vai excluir o CW do seu currículo, embora exista na ANATEL licença especifica para os profissionais dessa área. Dessa maneira estaríamos respeitando o critério das promoções entre as classes do radioamadorismo. O acesso a classe A tal como hoje só ocorreria por promoção, se o radioamador fosse aprovado, nos exames de Legislação, Técnica, Ética Operacional, Radioeletricidade e recepção e transmissão dos sinais do código Morse(CW). O acesso a classe B ficaria sujeito as provas de Legislação, Técnica, Ética Operacional e Radioeletricidade, medindo assim a capacidade e a aptidão do candidato. A classe C não sofreria mudanças. Que tal. Vamos trabalhar na aprovação dessa idéia. Pense bem amigo radioamador, sem classe B, que é a classe parideira, como é que vai existir a classe A. 73, Daniel PT7VD.”
Só pra lembrar... essa realidade é mais que nossa: é de todos os radioamadores. Vamos acordar para ela, pois a cada dia que passa não só perdemos a nossa identidade, como a nossa dignidade. 73...